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Cultura

45° edição da Festa Chiquita celebra o renascimento

“Um baile com caráter de resistência, de contestação, de busca de espaço e reconhecimento social pelos homossexuais". É assim que é definida a festa da Chiquita pelo relatório do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), quando deu ao evento título de patrimônio cultural imaterial brasileiro. A celebração também foi reconhecida pela Lei N° 9.025, de 17 de março de 2020, como patrimônio cultural de natureza imaterial do Estado do Pará.

Todo esse reconhecimento é celebrado também pelo retorno do evento para próximo ao seu local de origem, depois de dois anos de pandemia: o bar do parque. Para sua 45º edição a Festa da Chiquita tem como tema “Origem, renascendo das cinzas”. 

Elói Iglesias fala sobre o evento que  antecede o Círio de Nazaré, onde as prostitutas, gays, lésbicas, trans e travestis se ‘montam’ para celebrar o amor e a resistência da comunidade LGBTQIAP+. “É um lugar de conversa, liberdade e discussão. Não podemos deixar que o ódio domine as coisas, é só olhar para a cidade que a gente vê que a Prefeitura está fazendo as coisas acontecerem e a Chiquita é uma delas”. 

Luta e resistência - “Para a Prefeitura da nossa gente esse apoio é fundamental. São 45 anos de luta e resistência de uma festa popular, da comunidade LGBTQIAP+, do povo paraense”, disse Jane Patrícia Gama, coordenadora da diversidade sexual de Belém que também foi homenageada com um troféu.

O direitor do Theatro da Paz, Daniel Araújo, recebeu das mãos do apresentador Zeca Camargo o troféu de “Veado do Ano”. “É maravilhoso estar aqui nessa festa que se tornou um marco para nossa comunidade”. Já Zeca Camargo foi agraciado com o prêmio de Cidadão LGBTQIAP+. 

Respeito à diversidade - A festa da Chiquita é um “chamado” ao respeito e à diversidade do povo. A prostituta Camila Brito tem 45 anos, a mesma idade do início da Festa da Chiquita e fala do momento. “É uma oportunidade para tentarmos acabar com o preconceito, uma festa grandiosa, linda, cheia de alegria”.

Segundo os organizadores, a festa reuniu cerca de 500 mil pessoas para um momento que une homenagem à Nossa Senhora de Nazaré, celebração e luta pela igualdade e respeito à comunidade LGBTQIAP+. 

O avanço da vacinação em Belém, que tornou a capital paraense referência nacional na imunização contra a covid-19, está permitindo o retorno seguro de grandes eventos como as 13 romarias do Círio de Nossa Senhora de Nazaré e a Festa da Chiquita.

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Ag. Belém