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Cultura

Theatro da Paz recebe show especial de 50 anos de Emaús

Programação foi transmitida ao vivo pela Rede Paraense de Rádiodifusão (Funtelpa) e Secretaria de Estado de Cultura (Secult)

Na noite deste domingo (01) o palco do Theatro da Paz recebeu um show para celebrar meio século de contribuição social do Movimento República de Emaús. O programa especial, transmitido ao vivo pela TV Cultura, trouxe música, entrevistas, além de homenagear o fundador principal da instituição, padre Bruno Seich, falecido em maio deste ano. A iniciativa teve o apoio do Governo do Estado, por meio da Rede Paraense de Radiodifusão (Funtelpa) e Secretaria de Estado de Cultura (Secult). 

Em Belém, desde a década de 1970 o Movimento da República de Emaús milita pela garantia dos direitos da criança e do adolescente em situação de risco, com oficinas de música, teatro e outras e cursos profissionalizantes.

"Sempre tivemos dificuldade financeira, não está sendo fácil este ano, ainda mais pela partida do fundador, principal. Mas o movimento continua. O movimento não tem dono. O padre Bruno sempre preparou para que o movimento seguisse sem ele e cumprindo o que o movimento defende: a vida. Temos um conselho máximo e uma coordenação executiva que continuam as atividades", destacou a coordenadora geral do movimento, primeira entrevistada na transmissão ao vivo, Inácia Winholth.

Durante entrevista ao programa, a secretária de Estado de Cultura, Ursula Vidal destacou o Emaús como um ator importante no protagonismo da criação do Estatuto da Criança e do Adolescente (Eca) e a relação de amizade com o padre Bruno.

"Ele era um visionário. A impressão é que o padre Bruno via as coisas por trás das coisas: o que há na poesia, na música e na literatura? O que há na capoeira? De que forma essas expressões artísticas e culturais podem fazer com que essas crianças se expressem? Então o Emaús sempre foi um espaço de fala para aquelas crianças e para adolescentes e continua sendo", destacou a secretária Ursula Vidal.

O repertório do programa foi um show à parte. Músicos voluntários abriram mão de cachês para colaborar com a data. Renata Del Pinho e Renan Pinho, Pelé do Manifesto, Rosa Cor, além de parte do grupo fundado no Emaús em parceria com a Fundação Carlos Gomes. 

"A ideia do evento é simbolicamente reconhecer a importância do movimento pra sociedade. As músicas escolhidas para compor o repertório têm uma relação afetiva, por parte dos funcionários, dentro da história do movimento. A ideia do espaço escolhido, o Theatro da Paz, é uma forma de homenagear o padre Bruno. Ele sempre quis que os meninos do movimento se apresentassem aqui. Ele sempre quis ver as crianças ocupando um espaço de arte e de cultura importante para a cidade. Simbolicamente, é importante a juventude da periferia ocupar esse espaço também", Cleice Maciel, também coordenadora do Emaús.

O programa finalizou com a exibição inédita do documentário de 20 minutos "Emaús 50 anos: Solidariedade que transforma", produzido por Homero Flávio. "O documentário conta a riqueza que é esse projeto, o legado deixado pelo padre Bruno, como foi falado aqui também, ele nunca se colocou como grande protagonista, ele sempre dividiu esse protagonismo com todos os participantes", destacou Homero.

Movimento República de Emaús

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