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Poder

Mulheres são quase metade de filiados, mas têm baixa representatividade em candidaturas

Para especialista, dados mostram que mulheres participam da política, mas não têm espaço para concorrer de forma competitiva

Eleição das coordenadoras da Bancada Feminina da Câmara dos Deputados em 2019Com um histórico de baixa representatividade em cargos eletivos nos Poderes Legislativo e Executivo no Brasil, as mulheres representam 45,8% dos filiados a partidos políticos do país em 2022.

Em 2018, a porcentagem era de 44,4%. Levantamento da Folha com dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) aponta que o percentual de mulheres filiadas cresceu nos últimos quatros anos em 28 das 32 legendas.

A proporção de mulheres filiadas está acima de 40% em 30 legendas, sendo que 3 têm mais mulheres do que homens filiados: o Republicanos, o PMB (Partido da Mulher Brasileira) e a UP (Unidade Popular) —os dois últimos não têm representação no Congresso Nacional.

A despeito da ampla participação nas bases, as mulheres são minoria entre os candidatos e, principalmente, entre os eleitos para governos, Senado, Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas.

Em 2018, por exemplo, mulheres foram apenas 32% das candidaturas deferidas pelo TSE. Legendas como PMB e PSTU tiveram a maior proporção de candidatas, seguidas de PT, PSOL e MDB.

A legislação eleitoral determina que os partidos sigam uma cota mínima de 30% de candidaturas femininas para disputas proporcionais. Legendas também devem destinar 30% dos recursos do fundo eleitoral a candidatas.

Há quatro anos, foram eleitas 290 mulheres, o equivalente a 16% dos 1.790 postos em disputa, entre Congresso, Assembleias, governos estaduais e Presidência. O número, apesar de ainda baixo, representou um crescimento de 52% em relação à eleição de 2014.

Também em 2018, apenas uma mulher foi eleita governadora: Fátima Bezerra (PT), no Rio Grande do Norte, que busca a reeleição neste ano. Outras duas assumiram o governo em abril de 2022, após renúncia dos titulares para disputar as eleições.

As duas, contudo, não devem disputar a reeleição: Izolda Cela (PDT), do Ceará, foi preterida na disputa interna de seu partido, e Regina Sousa (PT), do Piauí, decidiu não concorrer por questões de saúde.