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Atualidades

Desmatamento da floresta amazônica acumula 4 meses de redução no Pará

A área preservada, ao analisar a série histórica, foi de 33.775 ha, o que equivale a área do município de Belo Horizonte

Levantamento realizado pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) aponta que nos últimos oito meses, o Estado do Pará apresentou quatro meses de redução nos alertas de desmatamento, de acordo com o calendário Prodes 2022. Na verificação, foram considerados dados referentes ao período de 1° de agosto a 3 de abril de 2022. As informações foram divulgadas nesta sexta-feira, 8.

O Prodes ou Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite, é um projeto do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais que monitora o desmatamento por corte raso na Amazônia Legal.

Nos meses de agosto, setembro, dezembro e março houve diminuição de 30%, 30%, 51% e 73%, respectivamente. O ano Prodes, ou ano-calendário do desmatamento, refere-se ao período de 1° de agosto de um ano até 31 de julho do ano seguinte. A área preservada, ao analisar a série histórica, foi de 33.775 ha, o que equivale a área do município de Belo Horizonte.

Ainda segundo os dados do Sistema de Detecção de Desmatamento em Tempo Real (DETER), do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a área recoberta por alertas de desmatamento no Pará no mês de março de 2022 foi de 45,81 km², o que representa uma diminuição de 73% em relação a março de 2022. A cobertura de nuvens no Pará no terceiro mês de 2022 foi de 9,51%, o que gera mais confiabilidade aos dados.

Ao analisar os dados em escala municipal, os municípios de São Félix do Xingu, Altamira e Jacareacanga tiveram as maiores áreas de alertas no ranking dos 15 que mais se destacaram em março de 2022. E são em áreas como estas que os esforços da Força Estadual de Combate ao Desmatamento se concentram. Por meio da FECD é deflagrada a operação “Amazônia Viva” que reúne fiscais da Semas e integrantes da Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros e Polícia Científica do Pará. O objetivo é combater o desmatamento ilegal, degradação florestal e outros crimes ambientais.

Para subsidiar as equipes in loco, a Semas, através do seu Centro Integrado de Monitoramento Ambiental (Cimam), utiliza dados dos sistemas DETER, DETER  INTENSO e Sala de Situação da Amazônia (AMS) no planejamento das operações, todos desenvolvidos pelo INPE.

Para o secretário de meio ambiente e sustentabilidade do Pará, Mauro O’de Almeida, há desafios a serem dirimidos para que a redução se mantenha, a exemplo da integração com os municípios. “Essa redução reflete que nós estamos no caminho certo em termos de atuação na repressão ao desmatamento. O nosso maior desafio é manter a redução, posto que nós temos baixa capilaridade nas unidades da Semas e precisamos estar em locais muito distantes e inóspitos para combater o desmatamento. As equipes saem de Belém e precisam se deslocar até os locais de desmatamento, o que leva bastante tempo. O desafio é este. Precisamos manter a capilaridade e por isso pretendemos trabalhar cada vez mais com os municípios para que a gente possa atuar de forma eficiente no combate ao desmatamento”, afirmou Mauro O’ de Almeida. 

Além da repressão, a Semas também desenvolve ações que agem indiretamente para combater os crimes ambientais, como o desmatamento. "O que nós estamos fazendo dentro do Plano Amazônia agora, como o Territórios Sustentáveis, como o Regulariza Pará e o Cadastro Ambiental Rural são também elementos que contribuem para a redução do desmatamento de forma indireta, fora do aspecto da fiscalização”, finalizou o titular da Semas.

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Aline Saavedra | Ag. Pará