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COP 26: Pará é o único estado com estratégia de bioeconomia para a Amazônia

Governo desenvolve políticas no setor e redireciona modelo de desenvolvimento com estratégias pautadas em soluções baseadas na natureza, com valorização e incorporação do conhecimento tradicional

O Governo do Pará lidera a construção de um Plano Estadual de Bioeconomia como um processo de desenvolvimento social, econômico e ambiental. E chegará na COP 26, como o primeiro estado brasileiro a ter uma estratégia estadual de bioeconomia.

O governador do Pará, Helder Barbalho, e o secretário de Meio Ambiente do estado, Mauro O’ de Almeida, assinaram no Fórum Mundial de Bioeconomia, no último dia 18 de outubro, o decreto que cria a Estratégia Estadual de Bioeconomia. Sete órgãos do Estado participaram da construção dessa estratégia.

Para o Estado do Pará, a Bioeconomia é um direcionamento para uma política de desenvolvimento socioeconômico de baixa emissão de carbono, que concilie a agenda climática com a econômica, na geração de emprego e renda.

A bioeconomia é uma das alternativas para o desenvolvimento da região amazônica e dos nove milhões delas no estado do Pará. De acordo com Camille Bemerguy, diretora de Mudanças Climáticas, Bioeconomia e Serviços Ambientais da Semas, é importante que haja a reflexão sobre a complexidade da diversidade amazônica e sobre as muitas bioeconomias capazes de endereçar tais complexidades.

A estratégia paraense está ancorada na Política Estadual de Mudança do Clima e no Plano Amazônia Agora, que foi lançado em 2021. “Apresentamos a primeira visão estratégica de bioeconomia do Brasil, e queremos desenhar os caminhos possíveis. Os desafios são enormes. Precisamos ser fala e escuta; inclusão e protagonismo, mas sempre em resposta aos temas que nos afligem como amazônidas”, disse Camille.

Modelo de desenvolvimento

Segundo o Governo, o Pará está reorientando o seu modelo de desenvolvimento com estratégias de bioeconomia pautadas no recorte das soluções baseadas na natureza, com valorização e incorporação do conhecimento tradicional. Só no Pará, existem 39 etnias de povos originários. O estado abriga a segunda maior população quilombola do Brasil.

O Pará almeja reorientar o seu modelo de desenvolvimento socioeconômico através da construção de uma Estratégia Estadual de Bioeconomia pautada pelo princípio das soluções baseadas na natureza e ancorada na Política Estadual de Mudanças Climáticas e no Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA). O PEAA é o compromisso do Estado do Pará com desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono, que traz a mudança de paradigma de produção com a valorização da economia florestal e promoção da produção sustentável como contribuição ao alcance das suas ambiciosas metas climáticas e a bioeconomia é uma das possibilidades ali contidas. 

Com uma ampla diversidade de recursos naturais, aliada à utilização de novas tecnologias, os amazônidas empregam um novo conceito sobre bioeconomia, com o propósito de criar produtos e serviços mais sustentáveis. O estado do Pará tem forte potencial para desenvolver esse segmento, com um papel inclusivo e de mobilidade social.

Emprego e renda

Um bom exemplo dessa política seria a empresa “Bem Cafeinado”, um empreendimento que valoriza os grãos de café do Brasil de forma acessível. A cafeicultura é uma atividade diversa, inclusiva e sustentável na Amazônia. A canephora é uma espécie de café originária da África Ocidental que vem sendo utilizada na região como opção para cultivo e para contribuição para aumento da variabilidade genética da cafeicultura na Amazônia Ocidental.

“De 20 anos para cá as áreas plantadas vêm reduzindo e a produtividade vem aumentando, com a ajuda da tecnologia e do melhoramento genético. E as famílias que trabalham com essa atividade só têm a ganhar com esse melhoramento da atividade, podendo continuar no campo e podendo se sustentar pela atividade”, colocou Liane Dias, empreendedora paraense. 

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Agência Pará