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Opinião

Os ilusionistas e as eleições da OAB-PA

Por João Batista Vieira dos Anjos*

"Para todo problema complexo existe uma solução simples e ela está invariavelmente errada", a preciosa frase de H. L. Mencken, jornalista norte-americano, ilustra bem uma faceta da atual disputa da direção da OAB-Pa.

A oposição, manobrada por interesses que já prevaleceram na entidade por anos, propõe soluções mágicas e simples para tudo. Da imposição de regras ao Tribunal de Justiça, ao fim da precarização e proletarização do trabalho jurídico e advocatício. Tudo teria uma solução fácil, que eles, mesmo inexperientes, seriam capazes de prover em um passe de mágica. Como? Eles jamais explicam! Não sabem como tirar o elefante da cartola.

Com seu pirotécnico pó de pirlimpimpim lançado nos grupos de WhatsApp, a oposição busca ludibriar,  especialmente os mais jovens, arrastando-os para uma ilha da fantasia, onde, passado o efeito hipnótico da campanha, a OAB voltaria ao velho comando de antes. Um truque já usado por gregos para enganar troianos e que não tem chance de aqui prosperar.

A primeira pergunta que não respondem os ilusionistas de plantão é “como” fariam a mágica de resolver tudo, diante de uma realidade em que preservar as conquistas se tornou a mais tenaz e realista das necessidades.

A segunda questão que não respondem é: em que lugar do país os advogados vivem o pleno emprego bem-remunerado e têm, ao mesmo tempo, a pronta resposta do judiciário a todos os seus pleitos, a tempo e hora? Essa ilha da fantasia é um engodo. A realidade é dura, de luta permanente para garantir direitos e prerrogativas como vem fazendo a atual gestão da OAB-PA.

A conjuntura adversa que vivemos e contra a qual lutamos tem a ver com as modificações nas estruturas sociais, políticas, legais e, sobretudo, econômicas, que resultaram em severas mudanças na forma da prestação de serviço da advocacia. Outras categorias profissionais enfrentam situações semelhantes. E lutam. O desmonte das leis trabalhistas, a desregulamentação do mercado de trabalho bem como a explosão de faculdades de Direito no Brasil, sobretudo a partir dos anos 2000, marcada pelo avanço da agenda neoliberal, mudaram a realidade e não é com truques baratos, mas com ações e práticas construídas coletivamente, que podemos seguir melhorando as condições de trabalho dos mais de 20 mil advogados e advogadas do Pará.

Os ilusionistas dizem que podem tudo, mas pecam, por ignorar que esse sortilégio apresentado, não engana uma categoria que aprendeu, nas duas últimas gestões, que só o trabalho sério, transparente e tenaz pode garantir a renovação da esperança para todos nós, e não apenas para alguns.

Manter a OAB Sempre à Frente é a única alternativa. Com advogados experimentados e acostumados a travar batalhas, por vezes inglórias.

Contra o ilusionismo, apresentamos a realidade concreta, por isso, no dia 18 de novembro, voto na Chapa 10, com Eduardo Imbiriba na presidência e Luciana Gluck Paul na vice, além de um time inteiro de advogadas e advogados comprometidos com a categoria.

*Advogado - OAB Pará 7770